Bethesda III em uma punção de tireóide com agulha fina (PAAF). Benigno ou maligno?

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Bethesda III após uma punção de tireóide?  O que fazer com este achado de “atipias de significado indeterminado”?  O que a literatura fala?

A punção aspirativa com agulha fina (PAAF) de nódulo tireoideano guiada por ultrassom (USG)

 

A punção aspirativa com agulha fina (PAAF) é uma técnica comum e essencial para avaliar nódulos tireoidianos, permitindo uma análise citológica (das células) que ajuda a diferenciar nódulos benignos de malignos. O que fazer quando o resultado é inconclusivo como a categoria Bethesda III? Você vai entender melhor neste POST!

Normalmente as punções de tireoides são realizadas por médicos radiologistas e radiologistas intervencionistas e são procedimentos considerados de simples execução e com risco muito baixo de complicações.

 

O que é a classificação de Bethesda?

 

O sistema de classificação de Bethesda para citologia tireoidiana é amplamente utilizado para categorizar os resultados da PAAF da tireoide. Dentro deste sistema, a categoria Bethesda III (também conhecida como “Atipia de Significado Indeterminado” ou “Lesão Folicular de Significado Indeterminado” – AUS/FLUS) representa um grupo de nódulos tireoidianos com características citológicas que não se enquadram claramente em categorias benignas ou malignas. E isto pode gerar um desconforto para o paciente já que o procedimento foi realizado mas o resultado ficou ainda “em cima do muro”

 

Resultado Bethesda III é material insuficiente ou mal coletado?

 

O que deve ficar claro nestas situações é que não houve problema com a coleta do material, diferente da categoria Bethesda I cuja amostra é insuficiente, ou seja , com quantidade de células insuficientes para análise .

 

 

Entendendo a Bethesda III (AUS/FLUS)

 

      • Definição: Esta categoria é usada quando as células apresentam atipias que ultrapassam o que seria considerado benigno, mas não são suficientemente características para serem classificadas como suspeitas ou definitivamente malignas.

      • Risco de Malignidade: Os nódulos classificados como Bethesda III têm um risco de malignidade estimado entre 5% a 15%. Este intervalo varia com base em diversos fatores, incluindo características clínicas e ultrassonográficas.
     

    A Importância do Seguimento, Punções Subsequentes e Testes Moleculares no Bethesda III

     
    1.  Seguimento: Dada a incerteza associada à categoria Bethesda III, o seguimento regular é fundamental. Geralmente, isso envolve monitorização ultrassonográfica para detectar mudanças no nódulo, como aumento de tamanho ou surgimento de características suspeitas.
    2. Punções Subsequentes: Uma segunda PAAF pode ser considerada em alguns casos para obter uma amostra adicional e tentar reclassificar o nódulo. A repetição da punção pode reduzir a ambiguidade e oferecer uma conclusão mais definitiva.
    3. Testes Moleculares: Os avanços na genética permitiram o desenvolvimento de testes moleculares para nódulos tireoidianos. Para nódulos AUS/FLUS, esses testes podem ajudar a identificar mutações ou alterações genéticas que estão associadas à malignidade. Se presentes, o risco de câncer é maior; na ausência dessas mutações, o risco é menor.

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    Conclusão – Bethesda III

    A categoria Bethesda III representa um desafio diagnóstico na avaliação de nódulos tireoidianos. O seguimento clínico, as punções subsequentes e os testes moleculares desempenham papéis cruciais na gestão destes pacientes, maximizando a precisão diagnóstica e minimizando o risco de intervenções desnecessárias ou cirurgias. É fundamental que os pacientes e médicos trabalhem juntos para tomar decisões informadas sobre o melhor curso de ação.

    Espero que tenha aproveitado as informações deste texto ,

    Até breve ,

    Dr. João Paulo Giacomini Bernardes - Radiilogista Intervencionista em Brasília - DF

    Dr João Paulo Giacomini Bernardes
    Radiologista Intervencionista em Brasília- DF

    Perguntas e respostas sobre Bethesda III

    Bethesda III, também conhecida como Atipia de Significado Indeterminado (AUS) ou Lesão Folicular de Significado Indeterminado (FLUS), é uma categoria do sistema de classificação de Bethesda que indica atipias celulares que não são claramente benignas nem definitivamente malignas. Esse resultado sugere uma incerteza diagnóstica, com um risco de malignidade estimado entre 5% a 15%.

    Após um resultado Bethesda III, é recomendável um seguimento cuidadoso, que pode incluir monitorização ultrassonográfica para observar quaisquer mudanças no nódulo, como aumento de tamanho ou características mais suspeitas. Em muitos casos, pode-se considerar uma segunda punção aspirativa com agulha fina (PAAF) para obter uma amostra adicional que possa esclarecer o diagnóstico.

    Testes moleculares podem ser muito úteis para nódulos classificados como Bethesda III. Eles ajudam a identificar mutações ou alterações genéticas que indicam maior risco de malignidade. Esses testes podem fornecer informações adicionais que ajudam a decidir entre a vigilância mais intensiva ou uma intervenção cirúrgica.

    Ignorar o seguimento recomendado de um nódulo com classificação Bethesda III pode resultar na não detecção de uma potencial malignidade em um estágio inicial. Isso pode limitar as opções de tratamento mais eficazes e aumentar o risco de complicações associadas a um possível câncer de tireoide mais avançado.

    Lidar com a incerteza de um resultado Bethesda III pode ser estressante. É importante manter uma comunicação aberta com seu médico, fazer perguntas e discutir suas preocupações. Manter-se informado sobre as opções de tratamento e os passos seguintes pode ajudar a reduzir a ansiedade. Além disso, considerar o apoio de grupos de pacientes ou aconselhamento pode ser benéfico para lidar emocionalmente durante este período.

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