Ablação de Metástases Hepáticas de Câncer de Intestino no ROL da ANS

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Ablação de Metástases Hepáticas de Câncer de Intestino Adicionada ao ROL de Procedimentos da ANS

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou recentemente atualizações importantes na Resolução Normativa (RN) nº 465, de 24 de fevereiro de 2021. As mudanças, que entraram em vigor na publicação em diário Oficial no dia  7 de maio de 2024,  com objetivo modernizar e ampliar o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde no âmbito da saúde suplementar, proporcionando maior cobertura e melhores cuidados aos pacientes. Vamos explorar o impacto dessas mudanças.

Inclusão de Novos Procedimentos

Uma das atualizações mais notáveis é a inclusão de procedimentos específicos para o tratamento de metástases hepáticas decorrentes do câncer colorretal:

 

  • Ablação por Radiofrequência Percutânea de Metástases Hepáticas de Câncer Colorretal Guiada por Ultrassonografia e/ou Tomografia Computadorizada
 
  • Ablação por Radiofrequência de Metástases Hepáticas de Câncer Colorretal via Laparotomia
 
  • Ablação por Radiofrequência de Metástases Hepáticas de Câncer Colorretal via Videolaparoscopia
 
 

Esses procedimentos são indicados para casos em que as metástases hepáticas são irressecáveis ou apresentam um alto risco cirúrgico, e quando as metástases têm até 4 cm de diâmetro. A inclusão desses procedimentos garante que os pacientes com câncer colorretal tenham acesso a tratamentos mais modernos e menos invasivos, aumentando suas opções de tratamento.

 

Ablação de Metástase Hepática

A ablação de metástase hepática, que agora está coberta pela ANS, é crucial para pacientes com metástase de fígado de câncer colorretal. As técnicas de ablação, como a ablação por radiofrequência e a ablação por microondas, são usadas para destruir células cancerígenas no fígado de forma minimamente invasiva.

 

  • Ablação por Radiofrequência (RFA): Utiliza calor gerado por correntes elétricas de alta frequência para destruir células cancerígenas.
 
  • Ablação por Microondas (MWA): Utiliza energia de microondas para aquecer e eliminar o tecido tumoral.
 
 

Como é realizada uma ablação percutânea hepática?

A ablação é um procedimento médico minimamente invasivo utilizado para destruir tecidos anormais, como tumores. Primeiro, o paciente passa por uma avaliação detalhada, incluindo exames de imagem como tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), para localizar e determinar o tamanho do tumor. 

Durante o procedimento, o paciente é posicionado de forma adequada, e imagens em tempo real são utilizadas para guiar a inserção precisa de uma agulha desde a pele até o local do tumor no fígado. Dependendo da técnica escolhida – que pode ser por radiofrequência ou micro-ondas  é aplicada através da agulha ou sonda para destruir o tecido tumoral.

O procedimento é monitorado continuamente para garantir que a ablação seja eficaz e que o tecido saudável ao redor seja preservado. Após a destruição do tumor, o dispositivo de ablação é cuidadosamente removido, e a pequena incisão é fechada com um ponto ou curativo. 

Devido à natureza minimamente invasiva da ablação, a recuperação do paciente é geralmente rápida, permitindo um retorno mais rápido às atividades normais. O acompanhamento pós-operatório inclui exames de imagem subsequentes para assegurar que o tumor foi completamente destruído e para monitorar a recuperação do paciente.

 

Qual especialidade médica realiza a ablação percutânea de metástases hepáticas guiada por imagem?

A especialidade médica que realiza a ablação percutânea de metástases hepáticas guiada por imagem é a Radiologia Intervencionista. Os radiologistas intervencionistas são treinados para usar técnicas minimamente invasivas, guiadas por imagem, para diagnosticar e tratar uma variedade de condições, incluindo metástases hepáticas. Eles utilizam tecnologias de imagem, como ultrassom(US), tomografia computadorizada (TC) , para guiar agulhas ou outros instrumentos até as lesões hepáticas, a fim de realizar a ablação.
 

Impacto nas Metástases Colorretais

Pacientes com metástase coloretal, especialmente aqueles com metástase hepática, agora têm acesso a tratamentos mais avançados e menos invasivos. A ablação de metástase hepática é uma opção importante para pacientes que não são candidatos à cirurgia convencional devido ao risco elevado ou à localização dos tumores. 

 

Vantagens da Ablação Percutânea guiada por Imagem

 
  1. Minimamente Invasiva: A ablação, seja por radiofrequência, micro-ondas ou crioablação, é um procedimento que envolve pequenas incisões ou inserções de agulhas, resultando em menos trauma para o corpo em comparação com a cirurgia tradicional.

  2. Recuperação Rápida: Devido à sua natureza minimamente invasiva, a ablação permite uma recuperação mais rápida. Os pacientes geralmente experimentam menos tempo de internação hospitalar e retornam mais rapidamente às suas atividades diárias.

  3. Menor Risco de Complicações: A ablação apresenta um menor risco de complicações pós-operatórias, como infecções, sangramentos e cicatrizes, em comparação com procedimentos cirúrgicos mais invasivos.

  4. Conveniência para Pacientes com Comorbidades: Este procedimento é particularmente benéfico para pacientes que não são bons candidatos à cirurgia tradicional devido a outras condições de saúde, uma vez que exige menos do sistema cardiovascular e outros sistemas do corpo.

  5. Aplicação em Áreas de Difícil Acesso: A ablação pode ser uma opção viável para tratar tumores localizados em áreas de difícil acesso ou em locais onde a cirurgia pode ser arriscada.

 

Transparência e Acesso à Informação

A ANS disponibiliza todas as informações detalhadas sobre essas mudanças em seu site oficial, garantindo transparência e permitindo que beneficiários, prestadores de serviços de saúde e operadoras de planos compreendam completamente as novas regulamentações e diretrizes.

 

Conclusão

A inclusão de procedimentos de ablação de metástases hepáticas no Rol de Procedimentos da ANS representa um avanço significativo no tratamento de pacientes com metástase coloretal e metástase de fígado. Técnicas como a ablação por radiofrequência e por microondas oferecem novas esperanças, proporcionando tratamentos menos invasivos e eficazes. Essas atualizações regulatórias asseguram que mais pacientes tenham acesso a cuidados de alta qualidade, refletindo o compromisso da ANS com a saúde e o bem-estar da população.

Dr. João Paulo Giacomini Bernardes - Radiilogista Intervencionista em Brasília - DF

Dr João Paulo Giacomini Bernardes
Radiologista Intervencionista em Brasília- DF

Perguntas e respostas sobre ablação de metástases hepáticas de câncer coloretal

  • Ablação por Radiofrequência Percutânea de Metástases Hepáticas de Câncer Colorretal Guiada por Ultrassonografia e/ou Tomografia Computadorizada
  • Ablação por Radiofrequência de Metástases Hepáticas de Câncer Colorretal via Laparotomia
  • Ablação por Radiofrequência de Metástases Hepáticas de Câncer Colorretal via Videolaparoscopia

Esses procedimentos são indicados para casos em que as metástases hepáticas são irressecáveis ou apresentam um alto risco cirúrgico, e quando as metástases têm até 4 cm de diâmetro.

Estudos tem confrontado Cirurgia vs Ablação com resultados muito animadores de não inferioridade da ablação vs  cirurgia, com algumas vantagens para ablação.

As vantagens incluem:

  • Minimamente Invasiva: Envolve pequenas incisões ou inserções de agulhas, resultando em menos trauma.
  • Recuperação Rápida: Menor tempo de internação hospitalar e retorno rápido às atividades diárias.
  • Menor Risco de Complicações: Menor risco de infecções, sangramentos e cicatrizes.
  • Conveniência para Pacientes com Comorbidades: Benéfico para pacientes com outras condições de saúde.
  • Aplicação em Áreas de Difícil Acesso: Viável para tratar tumores em áreas de difícil acesso.

A inclusão desses procedimentos no Rol de Procedimentos da ANS representa um avanço significativo no tratamento de pacientes com metástase coloretal e metástase de fígado, proporcionando tratamentos menos invasivos e eficazes, assegurando que mais pacientes tenham acesso a cuidados de alta qualidade.

A ablação percutânea hepática é realizada através dos seguintes passos:

  1. Avaliação Detalhada: Exames de imagem como TC ou RM são usados para localizar e determinar o tamanho do tumor.
  2. Posicionamento e Guiamento por Imagem: O paciente é posicionado adequadamente, e imagens em tempo real são usadas para guiar a inserção de uma agulha até o tumor no fígado.
  3. Aplicação de Energia: Dependendo da técnica escolhida, energia de radiofrequência ou micro-ondas é aplicada através da agulha para destruir o tecido tumoral.
  4. Monitoramento e Remoção: O procedimento é monitorado continuamente, e após a destruição do tumor, o dispositivo de ablação é removido.
  5. Fechamento da Incisão: A pequena incisão é fechada com um ponto ou curativo.

O radiologista intervencionista desempenha um papel crucial no tratamento de metástases hepáticas decorrentes do câncer colorretal, utilizando técnicas minimamente invasivas para destruir tumores no fígado. As responsabilidades desse profissional incluem:

  1. Avaliação e Planejamento: Realizar uma avaliação detalhada do paciente, incluindo a revisão de exames de imagem como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) para localizar e determinar o tamanho e a extensão das metástases hepáticas.

  2. Realização do Procedimento: Executar a ablação percutânea guiada por imagem, inserindo agulhas ou sondas de forma precisa no tumor hepático utilizando ultrassonografia (US), TC ou RM para guiar o procedimento em tempo real. Eles utilizam técnicas como ablação por radiofrequência (RFA) ou por microondas (MWA) para destruir o tecido tumoral.

  3. Monitoramento e Ajustes: Monitorar continuamente o procedimento para garantir que a ablação seja eficaz e que o tecido saudável ao redor seja preservado. Fazer ajustes necessários durante o procedimento para melhorar os resultados.

  4. Pós-procedimento e Seguimento: Cuidar da recuperação imediata do paciente, gerenciar possíveis complicações e realizar exames de imagem subsequentes para assegurar que o tumor foi completamente destruído e monitorar a recuperação do paciente.

 

Habilidades Específicas Necessárias:

  1. Proficiência em Imagem Médica: Habilidade avançada em interpretar imagens médicas e utilizar tecnologias de imagem para guiar procedimentos intervencionistas.

  2. Destreza Manual e Precisão: Capacidade de realizar procedimentos delicados com alta precisão, minimizando danos ao tecido saudável e reduzindo o risco de complicações.

  3. Conhecimento Técnico: Familiaridade com equipamentos e técnicas de ablação, incluindo o funcionamento e a aplicação de dispositivos de radiofrequência e microondas.

  4. Avaliação Clínica: Competência em avaliar a condição do paciente e planejar a abordagem de tratamento mais adequada, considerando os riscos e benefícios.

  5. Gerenciamento de Complicações: Habilidade para reconhecer e gerenciar complicações intra e pós-operatórias, garantindo a segurança e o bem-estar do paciente.

  6. Comunicação e Colaboração: Capacidade de trabalhar em equipe, comunicando-se efetivamente com outros profissionais de saúde, pacientes e suas famílias para assegurar um cuidado coordenado e centrado no paciente.

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