PI-RADS 3: Lesão com probabilidade intermediária de ser câncer, com risco de aproximadamente 20% (intervalo de confiança de 95% : 13-27%).Uma biópsia da próstata pode ser recomendada para confirmar se há câncer, principalmente se o PSA estiver alterado e história familiar positiva. Vou explicar melhor exatamente isto!
Referência : https://www.nature.com/articles/s41391-021-00417-1
Detecção precoce do câncer mais frequente na população masculina – Câncer de Próstata
A saúde do homem é um assunto de extrema relevância, e, portanto, a detecção precoce do câncer de próstata desempenha um papel fundamental nesse cenário, já que este é o câncer mais frequente na população masculina, com um uma incidência estimada em 2023 de mais de 70 mil casos no Brasil, segundo relatório do INCA.
Ressonância Magnética multiparamétrica e PI-RADS
Um dos avanços mais significativos nesse contexto é o sistema PI-RADS (Prostate Imaging Reporting and Data System), que classifica as lesões na próstata com base em sua suspeita de malignidade. Ele se baseia nos achados encontrados na Ressonância Nuclear Magnética de próstata, normalmente indicada para indivíduos com alguma suspeita clínica ou história familiar.
Biopsiar ou não? Quais os riscos envolvidos?
No entanto, tomar decisões informadas sobre a necessidade de biópsia requer uma avaliação que vai além do PI-RADS, incluindo a análise da história familiar e o nível de PSA (Antígeno Prostático Específico – que é um exame de sangue). Pacientes com PI-RADS 3 na Ressonância de próstata devem ser avaliados de maneira integral. Só assim a decisão mais assertiva entre realizar uma biópsia ou não poderá acontecer. Esta sempre será uma decisão que envolve riscos e deve ser compartilhada com o paciente.
Mas quais são os riscos? Caso optado por não realizar a biópsia, o risco é de deixarmos de fazer um diagnóstico de câncer naquele momento, mas que na maioria das vezes não vai ter impacto nenhum neste paciente no longo prazo.
Caso optado por realizar a biópsia o risco pode envolver complicações do procedimento, que são muito raras e ainda assim existe a chance de mesmo com a biópsia realizada da melhor maneira possível, com fusão de imagens e profissionais capacitados, termos um diagnóstico falso negativo (resultado negativo quando na verdade existe câncer).
Portanto, uma biópsia negativa é um alívio para o paciente naquele momento mas deve ser encarada sempre com cuidado e manutenção dos exames de rotina! Alguns pacientes vão precisar ser rebiopsiados na evolução.
O Que é o PI-RADS 3
O PI-RADS é um sistema de pontuação que varia de 1 a 5, sendo que lesões com PI-RADS V têm uma alta probabilidade de serem malignas. Quando nos deparamos com um PI-RADS 3 a suspeita de malignidade é intermediária, o que torna a decisão sobre a realização da biópsia um desafio. Um PI-RADS 3 é uma zona cinzenta e é fundamental avaliar outros fatores.
História Familiar: Um Fator de Risco Importante no PI-RADS 3
A história familiar desempenha um papel crucial na avaliação do risco de câncer de próstata. Se um parente de primeiro grau (pai ou irmão) teve câncer de próstata, o risco aumenta consideravelmente. Um histórico familiar positivo deve ser levado em consideração.
Nível de PSA Elevado: Um Sinal de Alerta no PI-RADS 3
O PSA é uma proteína produzida pela próstata, e seu nível no sangue pode aumentar em resposta a diversas condições, incluindo o câncer de próstata. Um nível elevado de PSA pode ser um indicativo de risco, especialmente se o aumento for progressivo. Mesmo que o PI-RADS seja baixo, um PSA elevado pode indicar a necessidade de uma biópsia para descartar a possibilidade de câncer.
A Importância da Avaliação Integrada entre Ressonância (RM), PSA e histórico familiar no PI-RADS 3
A decisão sobre a realização de uma biópsia de próstata deve ser individualizada, considerando todos os fatores em conjunto. O PI-RADS 3 é apenas uma parte da equação, e não é avaliado isoladamente. A história familiar e o PSA também entram nas variáveis..
É essencial que os homens conversem abertamente com seus médicos sobre todos esses fatores para tomar decisões informadas sobre a necessidade de biópsia. A medicina personalizada desempenha um papel cada vez mais importante na detecção precoce do câncer de próstata, garantindo que os pacientes recebam a abordagem mais adequado para sua situação específica.
Em resumo, um resultado PI-RADS 3 em uma Ressonância de próstata, avaliado junto com a história familiar e os níveis de PSA em conjunto, são os fatores definidores para decisão sobre uma biópsia.
Lembrando também que homens, na quarta ou quinta décadas de vida ou com histórico familiar positivo para câncer de próstata, uma consulta com um urologista é recomendação formal. Caso tenha alguma indicação de biópsia, consultar um radiologista intervencionista pode também ajudar no refinamento da necessidade e assertividade da biópsia!
Espero que tenham gostado e até breve,
Perguntas e respostas sobre PI-RADS 3
O sistema PI-RADS (Prostate Imaging Reporting and Data System) classifica as lesões na próstata com base na suspeita de malignidade. Ele se baseia nos achados da Ressonância Nuclear Magnética de próstata e vai de 1 a 5.
PI-RADS 3 refere-se a uma lesão com probabilidade intermediária de ser câncer, com um risco de aproximadamente 20%. A classificação PI-RADS varia de 1 a 5, com lesões PI-RADS V tendo uma alta probabilidade de serem malignas.
Um resultado PI-RADS 3 indica uma suspeita intermediária de malignidade. É uma “zona cinzenta”, tornando a decisão sobre a realização da biópsia desafiadora.
Se optar por não realizar a biópsia, o risco é de não diagnosticar um câncer naquele momento caso o paciente tenha um câncer de próstata. No entanto, na maioria das vezes, essa decisão não terá impacto no paciente a longo prazo. Resumindo, o risco é de um atraso diagnóstico com baixa chance de repercussão por este atraso.
Realizar a biópsia pode envolver algumas complicações do procedimento. Além disso, mesmo que a biópsia seja feita da melhor maneira possível, ainda há a chance de obter um diagnóstico falso negativo. Podemos citar infecção. sangramento urinário ou retal como complicações, apesar de serem contornáveis na grande maioria dos casos e presentes em um pequeno percentual de pacientes.
O PSA (Antígeno Prostático Específico) é uma proteína produzida pela próstata. Um nível elevado de PSA pode ser indicativo de risco de câncer de próstata, especialmente se o aumento for progressivo.
Se um parente de primeiro grau (pai ou irmão) teve câncer de próstata, o risco de desenvolver a doença aumenta consideravelmente. Um histórico familiar positivo é levado em consideração na decisão sobre a biópsia.
Homens na quarta ou quinta décadas de vida ou com histórico familiar positivo para câncer de próstata devem consultar um urologista