O que é a biópsia de próstata com fusão de imagens em pacientes com Ressonância PI-RADS 4 e PI-RADS 5?

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Introdução ao PI-RADS: Entendendo a Classificação

 

Imagine um paciente que realizou uma Ressonância Magnética de próstata e foi identificado um pequeno nódulo ou alteração classificada como PI-RADS 4 ou PI-RADS 5. Esta classificação (PI-RADS) é uma padronização feita pelo Colégio Americano de Radiologistas e é utilizada amplamente no mundo nas interpretações de Ressonâncias de Próstata. Algo parecido existe nos exames de mama, o conhecido BI-RADS.

Em ambas as classificações o que no fim definimos é o risco de câncer e a necessidade de uma biópsia!

 

PI-RADS 4 ou 5 : um Risco Elevado de Câncer de Próstata

Com um PI-RADS 4 ou 5, o paciente está sob alto risco de um câncer de próstata clinicamente significativo, o que quer dizer na prática que este paciente pode ter uma lesão na próstata que caso não seja tratada pode levar a problemas no futuro relacionados ao câncer, como metástases (quando a doença sai da próstata e vai para outros órgãos como linfonodos, ossos, fígado, pulmão, etc.).

 

Próximos Passos Após um Diagnóstico de PI-RADS 4 ou 5

E qual é o próximo passo? O próximo passo para um paciente com PI-RADS 4 ou 5 é uma biópsia de próstata.

Mas que tipo de biopsia? Como ela é realizada?

 

Métodos de Biópsia de Próstata: Transretal versus Transperineal

A biópsia de próstata atualmente pode ser realizada por via transretal (através do intestino) ou transperineal (através do períneo), ambas bastante seguras e com excelentes resultados. A segunda é menos disponível em nosso meio. Como a biópsia transretal é amplamente estudada e de fácil acesso, ela ainda é o procedimento mais realizado. Ambos os procedimentos podem ser realizados com sedação (preferencial) ou anestesia local (em casos bem personalizados) e são procedimentos ambulatoriais com alta no mesmo dia.

 

A Importância da Biópsia Randômica em Casos de Câncer de Próstata

Sabemos que cerca de 20% dos cânceres de próstata não apresentam alteração significativa de imagem. Sendo assim, mesmo que o paciente tenha um nódulo alvo bem definido, ainda optamos por realizar a biópsia randômica de 12 fragmentos (aquela que estuda toda a próstata – base lateral, base medial, terço médio lateral, terço médio medial, ápice lateral, ápice medial – lados direito e esquerdo) além de fragmentos adicionais do nódulo alterado.

E este nódulo? Como acessamos ele?

 

Biópsia de próstata com fusão de imagens

PI-RADS 4 e PI-RADS 5

 

Fusão das imagens do ultrassom (à direita) com a ressonância magnética (à esquerda). Observe o nódulo classificado como PI-RADS IV apontado na base lateral esquerda, visível na imagem da ressonância e com a correspondência no ultrassom.

Para os pacientes que apresentam nódulos na próstata um recurso que podemos utilizar é a biópsia com fusão de imagens da ressonância. Como isso funciona?

Fusão de Imagens: Sincronização Entre Ressonância Magnética e Ultrassom

Em algumas situações os nódulos que identificamos na ressonância não aparecem no ultrassom durante a biópsias! Lembrando que as biópsias de próstata são feitas em ambientes de radiologia intervencionista e são sempre guiadas por ultrassom. Portanto, quando não aparecem no ultrassom podemos utilizar um recurso chamado fusão de imagens. Ele não é disponível em qualquer aparelho de ultrassom e normalmente centros especializados estão preparados para a realização deste procedimento.

PI-RADS 5

 

Mais uma ilustração demonstrando o momento da sincronização de imagens, com um nódulo PI-RADS 5 no terço médio esquerdo da Próstata identificado tanto no ultrassom como na ressonância magnética.

Na fusão de imagens, o estudo de Ressonância magnética é importado para o ultrassom e sensores magnéticos permitem que o movimento do transdutor do ultrassom movimente as imagens de ressonância de maneira sincronizada com as do ultrassom.

 

Como a Fusão de Imagens Melhora a Precisão das Biópsias de Próstata

Com a fusão de imagens garantimos que a imagem que foi vista na Ressonância seja acessada durante a biópsia porque conseguimos sincronizar ela com a imagem do ultrassom e essa sobreposição de imagens leva o radiologista intervencionista a ter uma maior acurácia na coleta precisa do pequeno nódulo.

Assim, o objetivo de coletar um fragmento do exato local da alteração tem mais chance de ser atingido!

PI-RADS 4 e PI-RADS 5

 

Conclusão: A Importância do Diagnóstico Preciso e do Cuidado com a Saúde da Próstata

Espero que tenham gostado e quando ouvirem falar de biópsia de próstata com fusão de imagens vocês não façam “confusão” de informações!

Agora você sabe exatamente o que é uma biópsia de próstata com fusão de imagens! Os homens precisam ter atenção com sua saúde e especialmente com a próstata, já que o câncer de próstata é o de maior incidência na população masculina.

Até breve!

Dr. João Paulo Giacomini Bernardes - Radiilogista Intervencionista em Brasília - DF

Dr João Paulo Giacomini Bernardes
Radiologista Intervencionista em Brasília- DF

Perguntas e respostas sobre PI-RADS 4 e PI-RADS 5 na Ressonância de Próstata

PI-RADS 4 e PI-RADS 5 são classificações usadas para indicar um alto risco de câncer de próstata clinicamente significativo. Esta classificação faz parte do sistema PI-RADS desenvolvido pelo Colégio Americano de Radiologistas, que é usado globalmente para interpretar ressonâncias magnéticas da próstata.

Após um diagnóstico de PI-RADS 4 ou 5, o próximo passo recomendado é a realização de uma biópsia de próstata para confirmar a presença de câncer.

Os métodos disponíveis para a biópsia de próstata incluem a via transretal (através do intestino) e a via transperineal (através do períneo). A biópsia transretal é mais comum e facilmente acessível, enquanto a transperineal é menos disponível mas igualmente segura.

A biópsia randômica, que estuda toda a próstata através de 12 fragmentos de diferentes regiões, ainda é realizada porque cerca de 20% dos cânceres de próstata não apresentam alterações significativas de imagem. Isso ajuda a garantir que nenhuma área potencialmente cancerígena seja perdida.

A biópsia com fusão de imagens envolve a sincronização das imagens de ressonância magnética com as do ultrassom. Um sistema especial permite que o movimento do transdutor do ultrassom movimente as imagens de ressonância de forma sincronizada, melhorando a acurácia na localização e coleta de amostras do nódulo detectado.

A principal vantagem da biópsia com fusão de imagens é a sua maior precisão na localização de nódulos ou alterações detectadas pela ressonância magnética, aumentando as chances de coletar um fragmento exato da área de interesse e, assim, melhorando a acurácia do diagnóstico.

É crucial que os homens monitorem a saúde da próstata, pois o câncer de próstata é o mais comum entre a população masculina. Detecção e tratamento precoces podem prevenir complicações como metástases e aumentar as taxas de sucesso do tratamento.

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